quarta-feira, 5 de março de 2014

Nipoobes

Bom dia pessoal!
O grupo NatuBes criou uma nova página no Facebook. Com muitas curiosidades sobre mitologia, monumentos, ciência, animais e muito mais. Então sigam esse link e curtam Nipoobes.
https://www.facebook.com/nipoobes
Muito obrigada esperamos que gostem.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Os perigos da poluição do solo

Não só os ecologistas, mas autoridades e todo cidadão devem ficar atentos aos perigos da poluição que colocam em risco a vida no planeta Terra.

O lixo
No início da história da humanidade, o lixo produzido era formado basicamente de folhas, frutos, galhos de plantas, pelas fezes e pelos demais resíduos do ser humano e dos outros animais. Esses restos eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados e reutilizados nos ciclos do ambiente.
Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, o desenvolvimento das indústrias e da tecnologia, cada vez mais se produzem resíduos (lixo) que se acumulam no meio ambiente.
Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, reciclado e "devolvido" ao ambiente, há o lixo industrial eletrônico, o lixo hospitalar, as embalagens de papel e de plástico, garrafas, latas etc. que, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não são decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza.
 

Lixo urbano despejado nos rios.


Lixões a céu aberto
A poluição do solo causada pelo lixo pode trazer diversos problemas.
O material orgânico que sofre a ação dos decompositores - como é o caso dos restos de alimentos - ao ser decompostos, forma o chorume. Esse caldo escuro e ácido se infiltra no solo. Quando em excesso, esse líquido pode atingir as águas do subsolo (os lençóis freáticos) e, por conseqüência contaminar as águas de poços e nascentes.
As correntezas de água da chuva também podem carregar esse material para os rios, os mares etc.


O liquido escuro é chorume saido dos lixos.
 

Chorume nos rios (mancha escura)


A poluição do solo por produtos químicos

A poluição do solo também pode ser ocasionada por produtos químicos lançado nele sem os devidos cuidados. Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem do seu lixo químico. Algumas dessas substâncias químicas utilizadas na produção industrial são poluentes que se acumulam no solo.
Um outro exemplo são os pesticidas aplicados nas lavouras e que podem, por seu acúmulo, saturar o solo, ser dissolvidos pela água e depois ser absorvidos pelas raízes das plantas. Das plantas passam para o organismo das pessoas e dos outros animais que delas se alimentam.
Os fertilizantes, embora industrializados para a utilização no solo, são em geral, tóxicos. Nesse caso, uma alternativa possível pode ser, por exemplo, o processo de rotação de culturas, usando as plantas leguminosas; esse processo natural não satura o solo, é mais econômico que o uso de fertilizantes industrializados e não prejudica a saúde das pessoas.
A poluição do solo, e da biosfera em geral, pode e deve ser evitada. Uma das providências necessárias é cuidar do destino do lixo.
O destino do lixo


Lixão de Araruama.
 
O lixo das residências, das escolas e das fábricas diferem quanto ao seu destino.
Se você mora em uma cidade e ela conta com a coleta de lixo, um importante serviço de saneamento básico, possivelmente ele será transportado para longe do ambiente urbano.
Mas vale lembrar que os depósitos de lixo a céu aberto ou mesmo os aterros comuns, onde o lixo é coberto de forma aleatória, não resolvem o problema da contaminação do ambiente, principalmente do solo.

Aterros sanitários
Nos aterros sanitários, o lixo, coberto com terra e amassado, é colocado em grandes buracos. Esse procedimento é repetido várias vezes, formando-se camadas sobrepostas.

Os aterros sanitários possuem sistemas de drenagem, que retiram o excesso de líquido, e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e gasosos.
A construção de um aterro sanitário exige alguns cuidados:



  • o aterro deve ser pouco permeável, isto é, deixar passar pouca água e lentamente;
  • o aterro deve ser distante de qualquer lugar habitado;
  • não deve haver lençol subterrâneo de água nas proximidades do aterro.
Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro sanitário têm um alto custo econômico.


Aterro sanitário em Sorocaba.

 Incineração
incineração reduz bastante o volume de resíduos e destrói organismos que causam doenças. É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a instalação de filtros e de equipamentos especiais para filtrar a fumaça resultante da incineração, que também é poluente.
O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a queima,  o material que resta pode ser encaminhado para aterros sanitários.



Compostagem
compostagem é a transformação dos restos orgânicos do lixo em um composto, nesse caso, em adubo. Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e fungos) sobre as substâncias orgânicas do lixo.



Reciclagem
Reciclar é uma boa opção, pois diversos componentes do nosso lixo diário podem ser reaproveitados.
Em várias cidades brasileiras, há a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de proteger o solo de materiais não recicláveis pela natureza.


 A erosão do solo

Como sabemos as chuvas, o vento e as variações de temperatura provocadas pelo calor e pelo frio alteram e desagregam as rochas. O solo também sofre a ação desses fatores: o impacto das chuvas e do vento, por exemplo, desagrega as suas partículas. Essas partículas vão então sendo removidas e transportadas para os rios, lagos, vales e oceanos.


Torres, RS

Bahia

Nas fotos acima, podemos observar como a ação da própria natureza pode provocar mudanças profundas na paisagem. O mar, chuva e o vento esculpiram os paredões na praia de Torres, RS e as falésias na Bahia.
No clima úmido e nos solos cobertos por uma vegetação natural, a erosão é, em geral, muito lenta, o que permite que seja compensada pelos processos que formam o solo a partir das rochas.
Os cientistas afirmam que as montanhas mais altas e que tem seus picos em forma de agulhas apontadas para cima são novas, do aspecto geológico. As mais antigas  não são tão altas e tem o cume arredondado, com as suas rochas duras à vista. Elas vêm sofrendo a mais tempo a ação erosiva, que as desgastou bastante. Esse tipo de erosão é muito comum no território brasileiro, mas, por ter uma ação lenta, é quase sempre imperceptível aos nossos olhos.


Montanha com pico em forma de agulha: Dedo de Deus, Rio de Janeiro, RJ.


Montanha com o cume arredondado: Pedra Azul em domingos Martins, ES.
A ação do ser humano

desmatamento provocado pelas atividades humanas acelera muito a erosão natural. Vamos ver por quê.
Em vez de cair direto no solo, boa parte da água da chuva bate antes na copa das árvores ou nas folhas da vegetação, que funcionam como um manto protetor. Isso diminui muito o impacto da água sobre a superfície. Além disso, uma rede de raízes ajuda a segurar as partículas do solo enquanto a água escorre pela terra. E não podemos esquecer também que a copa das árvores protege o solo contra o calor do Sol e contra o vento.

Desmatamento para o cultivo em Marcelândia, MT.
 
Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a proteção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de alimento tem pouca folhagem e , por isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas - como o milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão - não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.

Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo seu fluxo. Esse fenômeno é chamado de assoreamento e contribui para o transbordamento de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.

O município de Sítio do Mato no oeste baiano, está sendo engolido pelas águas e areias do Rio São Francisco.

Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos de terra e rochas, com graves consequências.
Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo acaba destruindo também os microorganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento.
A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é realizada de forma não controlada, ela pode se alastrar por áreas de proteção ambiental, parques, etc.
Por todos esses motivos, as queimadas devem ser evitadas.


Devastação provocada pelas queimadas.
Como evitar a erosão?

Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a erosão é maior, as plantações podem ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade de escoamento da água.
Em encostas não muito inclinadas, em vez de plantar as espécies dispostas no sentido do fluxo da água, devemos formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura são chamadas de curvas de nível.
Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. É comum a alternância de plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa. As leguminosas trazem uma vantagem adicional ao solo: repõe o nitrogênio retirado do solo pelo milho ou outra cultura. Esse "rodízio" de plantas é conhecido como rotação de culturas.
Cabe ao governo orientar os agricultores sobre as plantas mais adequadas ao cultivo em suas terras e sobre as técnicas agrícolas mais apropriadas. É fundamental também que os pequenos proprietários do campo tenham acesso a recursos que lhes possibilitem comprar equipamentos e materiais para o uso correto do solo.

Você tem problema em reconhecer pessoas? Experimente a oxitocina!


A oxitocina, produzida pelo hipotálamo e segregada pela hipófise, induz as contrações do músculo uterino durante o parto e estimula a secreção de leite. Mas outras e eventuais funções – ou aplicações – do hormônio têm sido objeto de diversos estudos.

Agora, uma nova pesquisa destaca seu papel no reconhecimento de rostos. O trabalho, publicado na edição desta quarta-feira (7/1/2009) do The Journal of Neuroscience(http://www.jneurosci.org), aponta que a oxitocina é capaz de aumentar a capacidade de um indivíduo distinguir semblantes.

Segundo os autores, participantes do estudo que receberem uma dose de oxitocina, aplicada por meio de spray nasal, mostraram uma melhoria no reconhecimento facial, mas não de objetos inanimados.

“Reconhecer um rosto familiar é um componente fundamental para o sucesso da interação social entre humanos. Nosso estudo indicou que a oxitocina em humanos imediatamente fortaleceu a capacidade de reconhecer e discriminar rostos corretamente”, disse Peter Klaver, da Universidade de Zurique, um dos autores do estudo.
Pesquisas anteriores feitas com camundongos verificaram que o hormônio tem papel importante na distinção de que outro animal é familiar. Mas, diferentemente dos humanos, que se apóiam na visão para o reconhecimento, os camundongos usam para isso o olfato.

Os participantes foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu aplicações contendo oxitocina, e o segundo, placebo. Em seguida, os pesquisadores exibiram imagens de rostos e de objetos, como casas, esculturas ou paisagens.

No dia seguinte, os voluntários foram submetidos a um teste surpresa. Foram mostradas imagens vistas no dia anterior e outras novas. Os participantes tiveram que classificar as cenas como novas, que estavam entre as apresentadas no dia anterior ou familiares – as quais conseguiam distinguir, mas sem recordar o contexto.
Os voluntários que usaram o spray de oxitocina conseguiram perceber os rostos exibidos anteriormente com maior eficiência do que os demais.

Entretanto, os dois grupos tiveram o mesmo aproveitamento com relação a imagens de objetos.
Segundo os pesquisadores, o resultado, além do papel da oxitocina, indica a existência de mecanismos diferentes para a memória social e a não social.
“O estudo mostrou que uma única dose de oxitocina é suficiente para aumentar a memória de reconhecimento para estímulos sociais. Os resultados apontam para um efeito imediato e seletivo do hormônio: 
o fortalecimento dos sistemas neuronais envolvidos na memória social”, disse Ernst Fehr, da Universidade de Zurique, na Suíça, em comentário sobre o estudo divulgado pela Society for Neuroscience, com sede nos Estados Unidos.


“O estudo tem aplicações importantes em problemas como autismo, em que o processamento de informação social é prejudicado”, disse Larry Young, da Emory University, outro pesquisador que estuda os efeitos da oxitocina.
Adaptado de: Agência Fapesp - Divulgação Científica (7/1/2009)

Uma sacola plástica biodegradável.

Produto desenvolvido na FEA pode ser também usado como película para proteção de frutas
No lugar da sacola plástica produzida a partir de matérias-primas derivadas de petróleo, um produto feito somente com polímeros naturais. Em vez do material que leva até um século para se degradar na natureza, um substituto totalmente biodegradável, que se decompõe em contato com o ambiente em questão de dias. A alternativa, ansiada há tempos pela sociedade, acaba de ser viabilizada pela engenheira de alimentos Farayde Matta Fakhouri. Ela desenvolveu para a sua tese de doutorado, defendida recentemente na Unicamp, um filme flexível que pode ser empregado tanto na fabricação de sacolas plásticas, daquelas fornecidas pelos supermercados, quanto de películas para proteção de frutas.
Detalhe: por ser composto basicamente por amido (milho e mandioca), gelatina e um ácido graxo, o biofilme pode ser comestível. O trabalho foi orientado pelas professoras Fernanda Paula Collares e Lucia Mei.
A pesquisa de Farayde deu continuidade ao trabalho realizado por ela no mestrado, cuja orientação coube ao professor Carlos Grosso. A busca da pesquisadora era pelo desenvolvimento de uma embalagem que fosse biodegradável e usasse apenas polímeros naturais. "Atualmente, o mercado até oferece materiais biodegradáveis, mas que utilizam matérias-primas derivadas do petróleo, que é uma fonte não-renovável", explica. De acordo com ela, o estudo foi muito trabalhoso. Antes de chegar à formulação ideal, ela testou oito tipos de amido, em duas concentrações diferentes. Em seguida, avaliou três concentrações distintas de gelatina e dois tipos de plastificante, elemento responsável pela maleabilidade do biofilme, além de seis diferentes ácidos graxos.
As sacolas plásticas biodegradáveis, conforme Farayde, foram produzidas pelo método de extrusão seguida de sopro. Em comparação com os produtos encontrados no mercado, elas são um pouco menos resistentes. Entretanto, a engenheira de alimentos acredita que bastará promover pequenas alterações na formulação para corrigir essa deficiência. "Atualmente, graças às possibilidades oferecidas pela nanotecnologia, já temos como lançar mão de nanosílicas ou nanocompostos que podem conferir maior resistência ao filme", infere. As embalagens feitas apenas com polímeros naturais, assinala a autora do estudo, tendem a se decompor na natureza muito rapidamente. "Neste caso, tudo leva a crer que é um processo que deve levar dias", prevê.
Fruta antes do banho de plástico.
Fruta pós banho de plástico.


Uvas protegidas com o bioplástico: composto por amido, gelatina e um ácido graxo, o biofilme pode ser comestível pelos cálculos da pesquisadora, que continuará aperfeiçoando a inovação no seu pós-doutorado, resolvidos os pequenos problemas tecnológicos, as sacolas biodegradáveis poderão estar no mercado num prazo de dois anos. "Como a etapa mais difícil foi superada, creio que a transferência dessa tecnologia para o setor produtivo poderá ser feita sem grandes entraves".
Farayde destaca, ainda, que além de servir a esse tipo de embalagem, o filme biodegradável também pode ser utilizado para proteger frutas. Desde que seja adicionada água à formulação, ela assume a consistência de uma "calda". Após ser banhada nessa fórmula, a fruta ganha uma película ao seu redor, que funciona como uma espécie de casca muito fina e transparente.

"Nos testes que fizemos, a uva protegida por essa película teve a sua vida de prateleira ampliada em 20 dias", revela a engenheira de alimentos.

Caso seja de fato transformado em um produto comercial, o filme plástico biodegradável desenvolvido por Farayde deverá contribuir para a redução da agressão ao meio ambiente. Além de fartamente usada pelos brasileiros, as sacolas plásticas convencionais também servem para o descarte do lixo doméstico de um sem-número de lares do país.
Como esse material é pouco reciclado no Brasil, ao contrário do que ocorre com as latas de alumínio, a maior parte das embalagens acaba sendo descartada na natureza, o que provoca um enorme problema ambiental. Atualmente, do total de lixo produzido em escala nacional, entre 5% e 10%, variando conforme a região, são constituídos por plásticos. Destes, somente 20% passam por processos de reciclagem.


Genoma do resfriado é sequenciado.

De todos os problema de saúde comuns, talvez nenhum seja tão familiar quanto o resfriado. A inflamação das vias aéreas superiores tem origem viral, mas como existem muitos tipos de rinovírus, é comum que a cada vez seja um novo que causa a infecção.

Não há vacina contra o resfriado e o tratamento se resume a lidar com os sintomas – como coriza e tosse, dores musculares, na cabeça e garganta e indisposição – que não são causados pelos vírus, mas pela reação do organismo à invasão. A infecção por rinovírus é responsável pela metade dos ataques de asma e é um fator importante em casos de bronquite, sinusite, infecções de ouvido e pneumonia.

Um grande passo para aumentar o conhecimento sobre o importante problema acaba de ser dado por pesquisadores nos Estados Unidos. 
Em artigo publicado nesta sexta-feira (13/2/2009) no site da revista Science, o grupo descreve ter completado as sequências genômicas de todas as 99 linhagens conhecidas dos vírus causadores do resfriado comum.
As sequências foram organizadas em uma espécie de árvore genealógica, que mostra como os vírus estão relacionados uns com os outros, com suas semelhanças e diferenças. Os autores apontam que o trabalho fornece uma ferramenta poderosa que poderá levar ao desenvolvimento dos primeiros tratamentos efetivos para o resfriado.

“Até hoje não temos tido sucesso no desenvolvimento de drogas eficientes para curar o resfriado comum, que talvez se deva à falta de informações a respeito da composição genética de todas as linhagens”, disse Stephen Liggett, professor da Escola de Medicina e diretor do Programa de Genômica Cardiopulmonar da Universidade de Maryland, principal autor do estudo.
“Geralmente pensamos em resfriados como um mero inconveniente, mas eles podem ser debilitantes em crianças pequenas ou em idosos. Também podem levar a ataques de asma em qualquer idade. Além disso, estudos recentes indicam que infecções por rinovírus em crianças pequenas podem programar seus sistemas imunológicos a desenvolver asma na adolescência”, disse Liggett.

Os cientistas verificaram que os rinovírus humanos estão organizados em 15 pequenos grupos herdados de ancestrais distantes. A descoberta desses múltiplos grupos explica por que a abordagem de “um remédio para todos os resfriados” não funciona.

Também observaram que os vírus pulam uma etapa na hora de produzir proteínas, um atalho que provavelmente aumenta a velocidade do microrganismo em fazer com que a pessoa sinta os sintomas logo após a infecção.
“Essa é uma nova percepção, que não seria possível sem ter sido revelada por meio da análise genômica.
 Informações resultantes dessa descoberta poderão representar uma abordagem completamente diferente em termos de terapia”, disse Claire Fraser-Liggett, diretora do Instituto de Ciências Genômicas da Universidade de Maryland, outra autora do estudo.
O estudo apontou que alguns dos rinovírus humanos resultam da troca de material genético entre duas linhagens distintas do vírus que infectam o mesmo indivíduo. Não se achava que tal recombinação fosse possível em rinovírus humanos. Durante os meses mais frios, quando muitas linhagens de vírus causam infecções, a recombinação pode produzir rapidamente novas linhagens.

Múltiplas mutações (cerca de 800) se mostraram evidentes em amostras de vírus obtidas pelos pesquisadores de pacientes com resfriado, em comparação com linhagens de referência de rinovírus mais velhos. Alguns vírus se modificam por meio de pequenas alterações em certas proteínas de modo a evitar que sejam destruídos por anticorpos do sistema imunológico humano. “Mutações foram encontradas em cada área do genoma”, disse Claire.

“Os dados acumulados dessas sequências genômicas completas dão uma oportunidade de reconsiderar vacinas [contra resfriado] como uma possibilidade, especialmente à medida que reunimos amostras de muitos pacientes e sequenciamos os genomas inteiros, de modo a verificar com que frequência eles experimentam mutações durante os meses mais frios”, disse Stephen Liggett. Essa continuação do estudo agora publicado já está em andamento.

O artigo Sequencing and analyses of all known human rhinovirus genomes reveals structure and evolution, de Stephen Liggett e outros, pode ser lido por assinantes da Science em (http://www.sciencemag.org)

 Adaptado de: Agência Fapesp - Divulgação científica - 13/02/09

Ter nojo seria mecanismo da espécie humana para evitar doenças infecciosas

O que você sentiria ao dividir uma escova de dentes com o carteiro? E ao secar suas mãos em uma toalha com uma mancha amarelada? Ou, ainda, ao tocar em larvas gosmentas de insetos desconhecidos?
Sua resposta provavelmente será a mesma de qualquer pessoa: nojo. Mas por quê?

Segundo pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, essa reação pode ser comum a toda a espécie humana e ter um papel fundamental na sua evolução: o nojo seria um mecanismo de proteção à ameaça de doenças infecciosas. A idéia foi apresentada em artigo publicado em 6 de janeiro na revista britânica Proceedings B, editada pela Royal Society.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas testaram e confirmaram a hipótese de que situações associadas ao risco de transmissão de doenças - como compartilhar a escova com o carteiro - seriam consideradas mais nojentas do que outras aparentemente mais seguras - como usar a escova do cônjuge ou de um irmão.

O estudo foi realizado entre 40 mil internautas, que avaliaram uma série de imagens publicadas em um site do grupo de mídia britânico BBC. Os voluntários classificaram as fotos em função de uma 'escala de nojo' de 1 a 5. As reações confirmaram a hipótese inicial: os participantes agiram de acordo com a lógica da proteção ao risco de doença.
Imagens que lembravam fluidos corporais e fotos de ferimentos infeccionados eram consideradas, respectivamente, mais nojentas do que fluidos azuis (incomuns na natureza) e feridas asseptizadas, por exemplo. "Observamos um padrão de resposta universal: as pessoas sentem nojo para se proteger de objetos e seres vivos que representem risco à saúde e, portanto, à própria sobrevivência da espécie", comemora Robert Anger, um dos autores do estudo. Ele ressalta o fato de que as mulheres, "maiores responsáveis pela proteção das novas gerações", sentem mais nojo do que os homens: "todas as sete imagens associadas a algum risco de doença foram consideradas mais nojentas pelas mulheres, o que confirma o papel evolutivo desse sentimento."
O pesquisador afirmou ainda que o estudo contemplou diferentes grupos culturais, por ter sido realizado via internet. "Por mais que a maioria das respostas tenha vindo da Europa, tivemos acessos de 165 países diferentes." 
Segundo ele, o nojo seria um comportamento transmitido pela sociedade aos indivíduos para que evitem situações de risco. "Podemos ensinar crianças a sentir nojo de um rosto ou de um machucado, por exemplo, mas dificilmente poderemos ensiná-la a ter nojo de uma flor", explica. "Os seres humanos estariam preparados para aprender certos comportamentos e predispostos a rejeitar outros."
Perguntado quanto às pessoas que sentem nojo por situações livres de risco, como algum tipo de comida, por exemplo, Anger explica que há comportamentos fortemente influenciados por experiências anteriores. "É possível que alguém tenha nojo de mel", admite. "Mas esse caso não se enquadra no modelo sugerido, por ser provavelmente associado a um trauma pessoal." 
Adaptado de: Revista Ciências Hoje - Julio Lobato (18/02/04)

Tamanho não é tudo.

Biólogo brasileiro diz que, além do peso absoluto, conceito de megafauna deve levar em conta o impacto relativo do animal em seu ecossistema
Megafauna pode ser traduzido como "o conjunto dos animais gigantes".
Apesar de esta definição poder incluir os dinossauros, o termo é mais usado para designar o conjunto dos animais pré-históricos de grandes proporções que conviveram com a espécie humana, e desapareceram no final da última Era do Gelo.

De acordo com um biólogo brasileiro, não é apenas o tamanho de um animal que deve ser levado em conta na hora de incluí-lo como representante da chamada megafauna. É preciso analisar também o contexto em que ele vive e qual é a extensão de seu impacto nesse ambiente. Um mamífero terrestre de uns poucos quilos que, em termos absolutos, é considerado de porte médio ou até pequeno deveria ser encarado como um exemplar de megafauna se o impacto de sua presença num ecossistema de dimensões reduzidas, como uma ilha, for similar, numa escala relativa, às repercussões causadas por animais muito maiores de ecossistemas mais amplos.

Em outras palavras, para ser considerado membro da megafauna, um bicho não precisa ser necessariamente grande e pesado, mas o impacto no local em que habita deve ser. "A fauna de tamanho médio de um ecossistema é a megafauna de outro ecossistema", diz o biológo Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro, que defende essa visão relativista sobre o conceito de megafauna num artigo científico escrito com o americano Dennis M. Hansen, da Universidade Stanford, e publicado na revista científica Science.
As definições clássicas de megafauna dizem respeito a animais continentais e advogam que bichos com peso superior a 44 quilos ou, segundo outros autores, apenas acima de uma tonelada podem ser acomodados nessa categoria.

"Mas, no contexto de uma ilha, um dodô de 15 quilos podia ser visto como um animal gigantesco", comenta Galetti. Extinto há 200 anos, o dodô (Raphus cucullatus) era uma ave incapaz de voar que vivia na ilhas Maurício, pequeno arquipélago do Índico, e media cerca de um metro.

O termo magafauna remete quase instantaneamente à história da extinção em várias partes do mundo de enormes vertebrados terrestres no período entre 50 mil e 10 mil anos atrás. Na América do Sul desapareceram grandes mamíferos, como as preguiças terrícolas gigantes e os gonfotérios (Stegomastodon superbus), um tipo de mastodonte com cerca de 7.500 quilos. Os bichos de grande porte que comem plantas são vistos como importantes num ecossistema porque ajudam a dispersar as sementes de grandes frutos, tendo um papel decisivo na manutenção da biodiversidade de espécies e no fluxo genético de uma região.
Se um animal avantajado se extingue numa dada localidade e outro, ainda que de menor porte, não consegue assumir seu papel ecológico nessa ecossistema - não consegue, por exemplo, mais carregar as sementes que o outro transportava -, haverá um empobrecimento da flora e da fauna local.
De toneladas para quilos - O problema é que, historicamente, tudo o que é grande está sendo varrido da face da Terra.
"Há um encolhimento no tamanho das espécies de animais frugívoros", comenta Galetti, estudioso da questão da dispersão de sementes em biomas do Brasil.
Nas ilhas, essa tendência é ainda mais acentuada do que na terra firme.
Para ilustrar essa questão, o pesquisador da Unesp e seu colega de Stanford analisaram o que ocorreu com grandes animais comedores de frutas em três tipos distintos de ecossistemas: em áreas continentais (sobretudo na América do Sul), numa ilha continental (Madagascar, perto da costa leste africana) e numa ilha oceânica (Maurício). Constataram que a diferença de peso entre o maior vertebrado extinto que já viveu nesses lugares e o maior animal que ainda habita esses pontos do globo é muito maior nas ilhas do que no continente. "Na América no Sul, essa diferença é da magnitude de uma ordem e em algumas ilhas, de duas ou três ordens", afirma Galetti, que fez o estudo da Science durante uma temporada em Stanford como bolsista do programa de pós-doutorado Novas Fronteiras, da FAPESP.

Aos números que mostram o que foi dito. O maior mamífero que vivia na América do Sul era o gonfotério, com suas 7,5 toneladas. Hoje é a anta, com cerca de 300 quilos. Em Madagascar, sempre lembrada como um santuário ecológico, o maior bicho do passado era o pássaro-elefante (Aepyornis maximus), expécie extinta que chegava a 450 quilos. Atualmente, é uma tartaruga (Astrochelys radiata) de 10 quilos. O mais pesado bicho a ter algum dia andado pelas ilhas Maurício foi uma tartaruga (Cylindraspis triserrata) de 100 quilos. Agora é o morcego da espécie Pteropus niger, também chamado de raposa-voadora, que pesa pouco mais de meio quilo. Deve-se ressaltar que a extinção dos maiores animais nessas ilhas é um processo mais recente (dos últimos 2 mil ou 3 mil anos) do que na América do Sul. Em termos ambientais, o sumiço dos maiores animais pode produzir um impacto mais acentuado nas terras insulares do que nos continentes porque nelas costuma haver menos espécies aptas a assumir o papel ecólogico dos antepassados extintos. Nos continentes, mesmo com o sumiço da megafauna e o encolhimento crescente dos exemplares de maior porte, há um grau de redundância ecológica maior entre as espécies e um número maior de animais pode desempenhar o papel de outras.

Mas pode estar com os anos contados a capacidade dos continentes de abrigar bichos relativamente pequenos se comparados com a clássica megafauna, mas grandes o bastante para assumir o papel ecológico de antepassados de maior porte. Os cientistas da Unesp e Stanford fizeram uma projeção para o futuro que não se mostrou muito animadora. Se todas as espécies de animais frugívoros hoje ameaçadas de extinção realmente vierem a desaparecer nos próximos anos, o encolhimento extremamente radical da fauna que houve nas ilhas se repetirá com a mesma intensidade nos continentes. Se isso realmente se materializar, o maior animal comedor de frutas da América do Sul será o guariba (Alouatta seniculus), um primata de meros 9 quilos, 840 vezes mais leve do que o extinto gonfotério. Infelizmente, nesse hipotético cenário futuro, a situação nas ilhas se revelou ainda mais aflitiva. Em Maurício, o maior animal será uma ave de apenas 9 gramas, de acordo com o levantamento.
Adaptado de: Revista de perquisa Fapesp- 03/04/09

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Escravidão ao Longo da História do Brasil.

Ao chegarem, ou supostamente invadirem o Brasil, no dia 22 de abril de 1500, os portugueses passaram a descobrir interesses em nossa terra, os que passaram despercebidos seguidamente a chegada, primeiramente perceberam a existência de povos nativos, os índios, os que futuramente iriam muito lhes servir. Os portugueses se fizeram amigos, pelo menos aos olhos dos indígenas, trocando objetos, fazendo acordos, até que a coisa começou a enfear, os objetos como adornos indígenas trocados, por exemplo, por um espelho, começou a valer mais caro, a exploração começou o abuso e depois veio a escravidão. O que seria de um arco contra uma arma de fogo? Pois bem, muito sofrimento foi causado com essa invasão desumana, a busca por riquezas e a ganância se tornava cada vez pior. Até que então começaram a construir pequenas vilas, começou a vir mais gente e mais gente, começou a formarem- se as fazendas de café, os grandes canaviais, e assim o Brasil, que ainda não era Brasil, começou a ser modificado, foi dividido em quinze pedaços de terra, cada um governados por um homem ou mais, as chamadas capitanias hereditárias, que ao passar do tempo foram substituídas por um único reinado a vinda de Dom Pedro Primeiro, o primeiro rei brasileiro. Com o elevado aumento de gente, não bastavam apenas indígenas para suprir as necessidades do povo que aqui se instalara, então descobriu- se a África.
Na África também ocorreu- se escravidão, o pobre com o rico, apesar os próprios imperadores e sultões vendiam seu povo em troca de riquezas, faziam pactos e acordos, invadiam tribos inimigas, causando dor e sofrimento para quem quer que esteja lá, sendo eles mulher, homem, criança ou idoso. Ao serem capturados os negros eram levados a enormes fortes ou feitorias beira- mar, no qual esperavam o seu transporte ao Brasil, os chamados navios negreiros ou tumbeiros. Muitos optavam pela resistência, tentavam fugir, revoltas eram montadas, mas nenhuma era tão forte a ponto de deter o inimigo. Muitos morriam antes mesmo de chegar ao destino final, pelas péssimas condições apresentadas nos navios, várias doenças, fome, sede, saudade, vidas e famílias destruídas, sabendo que ao chegar ao Brasil teriam que trabalhar mais e mais, sofrer muito mais.
Mas quem disse que separando o povo de sua região vai afastá-lo de sua cultura? Quem disse está muito enganado, pois mesmo aqui no Brasil longe de sua terra natal, os africanos passavam sua cultura de pai para filho, como a capoeira, que atualmente virou uma dança- luta tipicamente brasileira. E modificando muitas palavras do dialeto Português.
Muitos dos escravos iam trabalhar em fazendas de café, em canaviais, na casa grande, enfim, eles eram os pés e as mãos do senhor do engenho, sendo submetidos a trabalhos forçados, e tem mais não recebiam nada em troca para fazê-lo, além de chibatas e castigos muito desumanos.
O que causava muito cansaço, doenças e maus tratos devido à escassez de vários recursos, levando a morte.
Muitos tentavam fugir e os que conseguiam iam até os quilombos, eram fortes para africanos fugitivos no meio da mata, lá eles cultivavam sua cultura e viviam como na África. O mais famoso Quilombo já conhecido foi o de Palmares o qual era liderado por Zumbi dos Palmares.
Os bandeirantes eram os homens responsáveis por capturar escravos fugitivos, além do tráfico da África para o Brasil, se pegos iriam ser castigados fatalmente.
No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, assinou a abolição da escravatura, a qual libertava a qualquer negro, de trabalho escravo.

Mas até hoje muitos negros sofrem discriminação devido a sua raça ou origem.